A meningite é um processo inflamatório das meninges, causada por diferentes tipos de bactérias, vírus e até fungos. A doença pode evoluir de forma rápida, especialmente entre crianças e adolescentes.
Por isso, é importante conhecer os principais sintomas e formas de prevenção. A seguir, vamos explicar o que é meningite com mais detalhes, além das causas e tratamentos. Boa leitura!
O que é a meningite?
A meningite é considerada uma doença grave e de evolução rápida, que consiste na inflamação das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal.
Normalmente, o agente infeccioso pode atingir o sistema nervoso central, causando uma inflamação das membranas. A doença afeta toda a região e dificulta o transporte de oxigênio às células do corpo, quando o agente infeccioso invade a corrente sanguínea.
Além de vírus e bactérias, a doença também pode ser causada por processos não infecciosos, como medicamentos e neoplastia. No entanto, as bactérias e vírus são os mais importantes, devido a magnitude, capacidade de causar surtos e a gravidade do quadro.
Todas as faixas etárias podem ser acometidas pela doença. Porém o maior risco de adoecimento está entre as crianças, especialmente as menores de 1 ano de idade.
Na doença causada pela bactéria Neisseria meningitidis, além das crianças, os adolescentes e adultos jovens também têm o risco de adoecimento aumentado em surtos.
Já na meningite pneumocócica, causada pela bactéria Streptococcus pneumoniae, idosos e indivíduos portadores de quadros crônicos ou doenças imunossupressoras também apresentam risco de adoecimento. O sexo masculino também é o mais acometido pela doença.
No Brasil, a meningite é considerada uma doença endêmica. Isso significa que casos da doença são esperados ao longo de todo o ano, com a ocorrência de surtos e epidemias ocasionais.
Entretanto, a ocorrência dos casos causados por vírus e bactérias é mais frequente em determinadas épocas do ano. Sendo a meningite bacteriana mais comum no outono-inverno e as virais, na primavera-verão.
Como é a forma de transmissão?
A forma de transmissão depende do tipo de agente causador. No caso da meningite viral e bacteriana, a doença é transmitida de pessoa para pessoa através das vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e garganta.
Já a meningite fúngica é a mais comum em pessoas com algum comprometimento da imunidade. A meningite eosinofílica, por sua vez, é transmitida por moluscos (caramujos, caracóis, lesmas, entre outros) e crustáceos (caranguejo e camarões, por exemplo).
A meningite bacteriana e viral são as mais preocupantes devido a gravidade e capacidade de causar surtos. Além disso, como citamos anteriormente, são mais comuns em determinadas épocas do ano.
Do ponto de vista epidemiológico, as crianças de creches ou em fase de escolaridade são mais acometidas pela doença. Isso acontece devido a vários motivos, desde um sistema imunológico em formação até a exposição a novos agentes infecciosos.
A convivência com outras crianças com as mesmas características em locais fechados e aglomerados também pode ser um fator para a transmissão e contágio.
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Quais são os sintomas e como é feito o diagnóstico
Os sintomas de meningite variam de acordo com a faixa etária. As crianças maiores de dois anos apresentam, geralmente, cefaléia, vômitos, febre, dor, rigidez na nuca com ou sem manchas na pele.
Já as crianças menores podem apresentar sintomas de forma mais inespecífica. Por exemplo: sonolência ou irritabilidade intensa, choro inconsolável, recusa em mamar, febre ou moleira alta.
Muitas pessoas confundem os sintomas da meningite com a gripe ou mesmo uma crise de enxaqueca. Porém, a doença pode apresentar sinais específicos, como: febre, vômitos, náuseas, rigidez na nuca, dor de cabeça, sensibilidade à luz e manchas vermelhas na pele.
O diagnóstico da doença é feito a partir da suspeita clínica, que será confirmada através da análise do líquido cefalorraquidiano. Para obter este material, na maioria das vezes, é realizada uma pulsão lombar.
A coleta de hemocultura também é importante para o diagnóstico, além do esfregaço da pele, caso o paciente apresente petéquias.
Quando o diagnóstico é feito de forma precoce, o agravamento da doença é reduzido. No caso das formas bacterianas, a administração de antibiótico precoce pode diminuir as complicações e a mortalidade.
Como é o tratamento para meningite
O tratamento da meningite é definido de acordo com o tipo da doença e o seu agente causador. A seguir, vamos explicar alguns casos.
- Meningite bacteriana: esse tipo é bastante letal e deve ser tratado o quanto antes com antibióticos. Normalmente, o medicamento é administrado por via venosa, por um período de 7 a 14 dias.
- Meningite viral: esse caso é curado pelo próprio organismo, e os medicamentos servem apenas para aliviar os sintomas. Geralmente, casos virais não costumam ser graves.
- Meningite fúngica: é um tipo mais raro, sendo que pessoas com diabetes ou portadores do vírus HIV têm mais riscos de desenvolver a doença. Geralmente, o tratamento é mais longo, sendo necessária a administração de antifúngico, escolhido de acordo com o causador identificado no organismo.
- Meningite eosinofílica: de modo geral, esse quadro é tratado com antibióticos.
Devido à gravidade da doença, os casos suspeitos são internados nos hospitais. Por isso, ao perceber qualquer sintoma é de extrema importância procurar um médico para uma avaliação mais detalhada.
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Qual a diferença entre a meningite meningocócica e outros tipos de meningite?
A meningite meningocócica é um dos tipos causados por bactérias, sendo considerada uma das formas mais graves da doença. Dependendo do quadro de saúde, pode levar à morte em menos de 24 horas.
Isso acontece porque a proliferação das bactérias acontece de forma rápida e, ao atingir o sangue, o corpo gera uma inflamação muito forte. Como consequência, o indivíduo apresenta uma queda brusca de pressão, entrando em choque.
Além dos sintomas apresentados nos outros tipos, a meningite meningocócica apresenta sinais específicos. Dentre eles, dor intensa nos músculos, articulações, peito e barriga, respiração rápida e calafrios.
Outra característica importante é que esse quadro é altamente letal, enquanto outros casos de meningite bacteriana apresentam letalidade média. No caso das meningites causadas por vírus, fungos e parasitas a letalidade é baixa.
Embora seja altamente letal, existem chances de cura para a meningite meningocócica. Porém, é comum que o paciente apresente sequelas, que podem incluir perda de audição, amputação de membros, alterações neurológicas e cicatrizes na pele.
Como prevenir?
A vacinação é a forma mais eficaz de prevenção da doença. Aliás, o calendário oficinal brasileiro oferece vacinas contra meningococo do tipo C, Haemophilus Influenzae do tipo B, Pneumococo e Tuberculose.
O serviço público também oferece a vacina para meningococo do tipo A. Porém, essa opção é utilizada em casos de surtos e epidemias por esse sorotipo. Outras vacinas estão disponíveis na rede privada, como as do tipo A, B, Y e W 135.
Também existe a possibilidade de prevenção com o uso de antibióticos para os contactantes de casos de meningite por meningococo e por Haemophilus Influenzae. Entretanto, esse tipo de abordagem deve ser realizado pelas autoridades de saúde.
Os medicamentos e as vacinas são indicados para meningites causadas por bactérias. No caso de meningite viral, a única forma de prevenção é evitando aglomerações.
Manter os ambientes ventilados e higienizados também é fundamental para evitar a contaminação, principalmente onde há grande circulação de pessoas.
Após detectar a doença, é fundamental tratar o caso com rapidez para evitar que seja transmitida a outras pessoas. Quanto mais cedo o tratamento hospitalar for realizado, maior será a chance de cura.
Conclusão
Como visto, a meningite é uma doença grave e, por isso, os sintomas devem ser avaliados com atenção.
O tratamento dependerá do tipo de micro-organismo causador e do estado de saúde do paciente. Mas, com o atendimento rápido, as chances de cura são altas.
Além disso, a principal forma de prevenção é a vacina, que está disponível contra os principais agentes causadores da doença. Por isso, acompanhe o calendário de vacinação e não deixe de tomar as doses recomendadas.