Criado com o objetivo de melhorar os índices e conscientizar as pessoas sobre a importância da amamentação no país, o Agosto Dourado marca o início da Campanha Nacional de Amamentação, do Ministério da Saúde, que em 2022 tem como tema “Apoiar a amamentação é cuidar do futuro”. Como curiosidade, a cor dourada está relacionada ao padrão ouro de qualidade do leite materno.
Autoridades em saúde recomendam manter o aleitamento materno até os dois anos de idade ou mais, oferecendo só peito até o sexto mês. As metas da OMS sobre a questão para 2030 são altas: garantir a 70% dos bebês amamentação na primeira hora de vida; a 70% nos primeiros meses, de forma exclusiva; a 80% no primeiro ano; e a 60% aos dois anos de vida.
Infelizmente, o Brasil ainda está distante de atingir esses números, já que registra atualmente apenas 62,4% de amamentação na primeira hora de vida; 45,8% de aleitamento exclusivo nos primeiros seis meses; 52,1% aos 12 meses; e 35,5% aos 24 meses de vida.
Entre as causas apontadas para tal desempenho, está a falta de uma rede apoio à amamentação, como explica a pediatra e neonatologista, Dra. Patricia Terrivel, coordenadora do serviço de pediatria do Hospital IGESP. “Infelizmente a taxa de aleitamento materno no Brasil é muito baixa. Em média, são 50 dias de amamentação exclusiva, e a OMS recomenda 6 meses. Existe pouco apoio à amamentação, além do que, a mulher às vezes passa por intercorrências, e nem todas possuem acesso a profissionais capacitados, como pediatras pró-amamentação e consultoras de amamentação, ou mesmo o apoio familiar”, esclarece a médica.
Os benefícios da amamentação para as crianças incluem desde a diminuição dos riscos de infecções respiratórias e intestinais, de obesidade e de distúrbios psiquiátricos, até o aumento do QI. “E para a mãe, assim que o aleitamento inicia, acontece a diminuição das chances de sangramento uterino, de depressão pós-parto e, a longo prazo, ela conta com a diminuição do risco de desenvolver câncer de útero, ovário e mama”, informa a pediatra do Hospital IGESP.
Bancos de Leite
Algumas mulheres produzem um volume de leite maior do que a necessidade do bebê quando estão amamentando, o que possibilita que se tornem doadoras de um banco de leite humano. De acordo com a legislação RDC Nº 171, além de apresentar excesso de leite, a doadora deve ser saudável, não usar medicamentos que impeçam a doação e se dispor a ordenhar e a doar o excedente a um banco de leite humano.
A Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (rBLH-BR) foi estabelecida em 1998 e hoje está em mais de 200 locais do país, com a missão de promover, proteger e apoiar o aleitamento materno, coletar e distribuir leite humano com qualidade certificada e contribuir para a diminuição da mortalidade infantil.
Em 2001, a OMS reconheceu a rBLH-BR como uma das ações que mais contribuíram para redução da mortalidade infantil no mundo, na década de 1990. De 1990 a 2012, a taxa de mortalidade infantil no Brasil caiu 70,5%.
A doação de leite humano passa pelo processo de coleta, processamento e distribuição do leite humano para bebês prematuros internados de baixo peso (menos de 2,5 kg) e com patologias, principalmente do trato gastrointestinal, e que não podem ser alimentados diretamente pelas próprias mães.
Por Dra. Patricia Terrivel, coordenadora do serviço de pediatria do Trasmontano Saúde
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